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Rio de Janeiro-RJ: Estado PRIVATIZA A ÁGUA e reprime manifestação

Fevereiro 21, 2017 - 00:13
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Há semanas, a população do Rio de Janeiro vem se organizando e indo às ruas para barrar as medidas contra populares do governo do estado, entre elas a privatização da CEDAE, empresa pública mais rentável do Rio de Janeiro. Hoje, dia 20 de fevereiro, não foi diferente, cariocas foram às ruas e enfrentaram a repressão desde as dez horas da manhã. Os protestos, contudo, não foram suficientes para barrar a privatização que foi aprovada por 41 votos a 28 na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Manifestantes se revoltaram com a aprovação do projeto e caminharam da ALERJ até a CEDAE. Ao chegarem na sede da empresa, o choque reprimiu a manifestação usando gás lacrimogêneo, spray de pimenta, bombas de efeito moral e grande quantidade de balas de borracha.

Um total de quase 50 manifestantes foram detidas e detidos no Catumbi. Enquanto a polícia fazia a detenção de 19 manifestantes, bombas e balas de borracha foram atiradas contra jornalistas e manifestantes que pediam a libertação. Uma advogada foi atingida na perna e teve que ser socorrida imediatamente.

Entre as/os manifestantes estavam, principalmente funcionárias e funcionários públicos da CEDAE, que com a venda da empresa não tem mais garantia de seus empregos, além de estudantes, trabalhadoras e trabalhadores que temem o encarecimento da distribuição de água no estado, como já vem acontecendo em outras cidades cuja privatização do setor elevou as contas, como é o caso de Paraty, que recentemente fechou ruas para protestar contra a Águas de Paraty, nome fantasia do grupo Águas do Brasil, que tenta se estabelecer em todo o território nacional.

A venda da CEDAE, significa afirmar que a água é mercadoria. Água é um bem natural e essencial à vida do ser humano. Transformá-la em produto é por em risco a saúde e a vida das pessoas e tende a aumentar a injustiça social, uma vez que a venda deste recurso diminuirá sua acessibilidade às classes mais pobres.

A população, que já enfrenta mazelas como a grande desigualdade social, a violência policial, o atraso nos salários, o aumento no transporte público, agora pagará também pela má gestão do governo do Rio de Janeiro, que vende a CEDAE com a desculpa de quitar a dívida com os servidores públicos e resolver a crise econômica, mesmo que todas e todos saibam que o Estado dá grandes isenções fiscais à empresas e sucateia os serviços públicos para justificar privatizações. Entre outros exemplos está a Universidade do Esdado do Rio de Janeiro - UERJ, que se encontra em situação gravíssima e prestes a ser posta à iniciativa privada.

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