Rio de Janeiro - RJ: polícia reprime protesto violentamente no metrô-mangueira
Por volta das 17:30, moradores/as se concentraram na avenida com faixas e protestavam pacificamente fechando a via. A PMERJ e a tropa de choque foram chamadas para conter e dispersar o ato e agrediram pessoas que filmavam as abordagens. Spray de pimenta e gás lacrimogênio chegaram a ser usados contra crianças de colo.
O motivo do protesto foram os abusos policiais na comunidade, ocasionando o fechamento de um lava-jato que era propriedade de moradores da favela Metro-Mangueira. Na abordagem, policiais saquearam o bar de um senhor de idade, levaram o dinheiro e as máquinas lá presentes, destruiram ferramentas de trabalho dos trabalhadores/as do lava-jato. Com isso, muitos moradores saíram prejudicados.
O lava-jato, segundo moradores/as, havia sido aberto há mais de um ano por residentes que haviam perdido o emprego e não conseguiam chance no mercado de trabalho. Entre as pessoas que trabalhavam na lava-jato, a maioria havia saído do crime organizado.
Em entrevista ao CMI, moradores/as relataram:
"Algumas pessoas daqui roubavam pela tijuca, do lado da UERJ, etc. Com o início do lava-jato, essas pessoas conseguiram seu sustento e o de suas famílias. Umas 20 famílias eram sustentadas por esse lava-jato. Famílias dependiam do funcionamento."
"É difícil, a gente tenta trabalhar, ser honesto, mas tiram de nós a única fonte de sustento, é por isso que vários jovens começam a roubar. Negam trabalho pra nós porque a gente é pobre, não tem estudo. A maioria que trabalhava no lava-jato nem terminou o ensino médio!"
O Estado empurra os jovens pobres para a criminalidade para depois ter legitimidade para matá-los.