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Na quinta feira, dia 14 de agosto, funcionários do serviço de vigilância noturna da UFF (Universidade Federal Fluminense) relataram ouvir estalos vindos do prédio do Instituto de Biologia, no campus do Valonguinho, durante a noite. No dia seguinte foram verificadas rachaduras e divisórias contorcidas e espaçadas.

Ocorreu uma grande comoção de alunos e professores com relação a suas pesquisas e materiais de trabalho, já que no prédio está localizada grande parte dos laboratórios do instituto. A maioria dos professores são também pesquisadores do instituto e mantém anos de trabalho em seus laboratórios e agora, estão correm risco de perdê-los caso o prédio ceda. Tal perda seria enorme, não apenas para professores e alunos, mas para toda a comunidade científica, além dos riscos locais, caso haja vazamento de materiais biológicos e químicos.

Um parecer técnico da Superintendência de Arquitetura e Engenharia diz que o ocorrido teria sido por excesso de peso sobre a laje superior, o que vem sendo discutido desde 2009, quando foi verificada sobrecarga de peso no edifício e nenhuma atitude foi tomada pela reitoria. O parecer também afirma que “a estrutura está excessivamente tracionada, com risco de não mais suportar o carregamento existente”.

Apesar do parecer, nenhuma atitude foi tomada ainda. Professores do instituto resolveram paralisar suas aulas para proteger suas vidas em detrimento às péssimas condições em que o prédio do Instituto de Biologia se encontra. A partir dessa paralisação está começando um levante organizado pelos estudantes e profissionais da educação de Ciências Biológicas na UFF para lutar por um espaço mais seguro e contra o sucateamento do Instituto de Biologia.

Há mais de cinco anos, novos prédios foram prometidos para serem usados como o novo Instituto de Biologia e ainda não estão prontos. O prazo de entrega era para 2011. A obra ainda ficou paralisada por três anos por conta de fraudes provenientes da construtora responsável.