Viva os povos indígenas!
Os resultados do primeiro turno dessa eleição foram preocupantes para todos e todas que tenham algum compromisso com uma transformação progressista da sociedade. Mesmo para aqueles e aquelas que, como eu, não acreditam no caminho institucional e buscam uma transformação radical da sociedade, os caminhos que se nos apresentam, mesmo antes da eleição, são tortuosos. O fascismo cresce a passos largos. No caso particular do Rio de Janeiro, o candidato a governador que conseguiu 41,28% dos votos válidos é ninguém menos do que Wilson Witzel.
O texto de hoje é breve e não é sobre o momento político brasileiro. Para quem quiser saber mais sobre as coligações dos partidos esse ano, leia esse texto. Hoje, fazemos, na verdade um chamado de apoio à Aldeia Maracanã. De 15 a 19 de novembro de 2018, vai acontecer o COIREM, que é um "encontro que surgiu de um sonho coletivo acalentado na Tekoa (Teko Haw) Maraka’nà e no CESAC (Centro de Etnoconhecimento Sociocultural e Ambiental Cauyré)". O objetivo principal desse ano é "estabelecer as diretrizes políticas, sociológicas, filosóficas, pedagógicas e artístico-culturais da implementação da Universidade Indígena e reconhecer e desenvolver propostas de fortalecimento da resistência de base comunitária e de luta pela terra pelos povos indígenas". Essa semana, de 8 a 14 de outubro, está havendo um mutirão na Aldeia Maracanã com vistas ao preparo do espaço para o COIREM. Todas e todos estão convidados a ajudar! Quem não puder ir ou puder ajudar financeiramente, eles também têm uma campanha de financiamento coletivo: https://www.catarse.me/coiremaldeiamarakana?ref=project_link.
Mas começamos esse breve texto falando das eleições e de Wilson Witzel e não é por acaso. Além de ex-fuzileiro naval e ex-juiz federal, foi durante seu discurso em Petrópolis que Rodrigo Amorim, deputado estadual eleito pelo PSC, ao lado de Daniel Silveira, deputado federal eleito pelo mesmo partido, quebrou a placa em homenagem a Marielle. Como era de se esperar, Witzel se ausenta de qualquer responsabilidade e, como todo bom juiz, ameaça: "qualquer pessoa que venha a imputar a mim qualquer coisa relativa a ela [a placa] sofrerá as sanções penais cabíveis. Qualquer questão relativa a essa placa deve ser perguntada aos deputados eleitos responsáveis". Mas não para por aí: foi ele que enquanto juiz foi responsável pela retirada dos manifestantes do Museu do Índio em 2013, após a retirada violenta da Aldeia Maracanã. Ele chegou a "decretar a prisão dos manifestantes, mas revogou-a após um acordo para a desocupação do museu". Nesse momento de apoio à luta indígena, é importante reconhecer quem são os inimigos. Além de tudo, é claro, ele é da base aliada do fascita à la brasileira.
Toda força à Aldeia Maracanã! Sem arrego aos inimigos do povo indígena!
"Fascismo não se discute, se destroi." Buenaventura Durruti